Microplásticos

Plástico oxidegradável e outras estórias

Neste post, vamos esclarecer o que são plásticos oxidegradáveis, por que não são uma solução sustentável e como se diferem dos biodegradáveis. Também exploraremos opções de bioplásticos como o PLA, materiais mais promissores para reduzir o impacto ambiental do uso de plástico convencional. Se você busca entender melhor suas escolhas e contribuir para um futuro mais sustentável, fique por aqui.

Foto: Ricardo Moraes - Reuters, dezembro de 2024. Garça no Rio de Janeiro que quase perdeu a vida em razão do copo plástico que ficou preso em seu pescoço.

 

Plástico no Brasil

O Brasil é o maior poluidor de plástico da América Latina e ocupa a oitava posição no ranking mundial. Cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico chegam aos oceanos brasileiros anualmente, destacando a urgência de repensar o consumo e o descarte desses materiais.

O relatório "Fragmentos da Destruição: Impacto do Plástico na Fauna Marinha Brasileira", publicado em outubro de 2024 pela ONG Oceana, apresenta dados chocantes sobre os impactos dessa poluição. Eles incluem os fatos de que provavelmente um terço do plástico produzido no Brasil pode chegar ao oceano e 9 em cada 10 dos peixes mais consumidos no mundo já ingeriram plástico.

Por isso, é importante alertar sobre a verdadeira natureza de materiais plásticos que são divulgados como sustentáveis, mas acabam sendo muito prejudiciais ao meio ambiente.

 

Oxidegradável x Biodegradável x Bioplástico

Quando se fala em plásticos supostamente mais sustentáveis, os termos "oxidegradável" e "oxibiodegradável" podem gerar confusão. O plástico oxidegradável é constituído por polímeros convencionais, mas recebe aditivos para acelerar o processo de decomposição. Contudo, diferente da biodegradação, o efeito dos aditivos é de oxidação e fragmentação do material quando exposto a fatores como luz solar, calor e oxigênio.

Ou seja, ao invés de desaparecer, ele se transforma mais rapidamente em microplásticos, que continuam poluindo o ambiente e são prejudiciais à fauna e à flora. Esses microplásticos são persistentes: facilmente dispersos pelo vento e pela água, acumulam-se nos oceanos e contaminam cadeias alimentares.

Em resumo, esse material apresenta problemas graves:

 

Plástico Biodegradável

Diferentemente do oxidegradável, o plástico biodegradável é projetado a partir de matéria-prima renovável e possui uma estrutura passível de biodegradação. Esse processo pode ocorrer tanto de maneira abiótica, através da exposição à luz, umidade, vento e calor, como por rotas bióticas, ou seja, pela ação de enzimas e micro-organismos, ou ambas. Como resultado, o plástico se transforma em elementos naturais como água, dióxido de carbono e biomassa.

No entanto, para que a biodegradação ocorra de forma eficaz, geralmente são necessárias condições específicas de temperatura, umidade e oxigênio, que estão disponíveis principalmente em instalações industriais de compostagem, como já mencionamos anteriormente.

PLA: Uma alternativa que faz diferença

Produzido a partir de recursos renováveis, como milho e cana-de-açúcar, o PLA representa uma alternativa promissora para reduzir a dependência de combustíveis fósseis. Ele é um bioplástico biodegradável e compostável que tem a pegada de carbono reduzida.

Diferentemente do plástico oxidegradável, o PLA é totalmente compostável em instalações industriais. Nessas condições, ele se decompõe completamente em dióxido de carbono, água e biomassa, sem deixar resíduos tóxicos.

 

Escolhas Conscientes: O caminho para um futuro sustentável

Como vimos, o plástico oxidegradável, apesar de ser apresentado como uma solução ecológica, não resolve os problemas associados à poluição plástica e pode até agravá-los devido à formação de microplásticos.

A transição para um futuro mais verde requer inovação em materiais, mudanças nos hábitos de consumo e o fortalecimento de sistemas de gestão de resíduos. Alternativas como o PLA oferecem caminhos mais promissores para a redução do impacto ambiental, especialmente quando precisamos de materiais com propriedades semelhantes às do plástico convencional.

Por fim, a educação ambiental e o consumo consciente são fundamentais para minimizar os impactos da poluição plástica e proteger o planeta para as futuras gerações.

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