Você provavelmente deve ter ouvido falar sobre gestão de resíduos ou compostagem nos últimos tempos, não é? Esse virou um dos tópicos mais falados quando o assunto é sustentabilidade.
E não é à toa. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no Brasil geramos 160 mil toneladas de resíduos sólidos diariamente.
Isso acontece porque todo o nosso desenvolvimento nas últimas décadas foi voltado para o crescimento e não focou a atenção em alguns pontos essenciais para a sustentabilidade ambiental, como o esgotamento de matérias-primas e a geração de lixo.
O problema é que, de alguma forma, pensávamos que o aterro sanitário era a solução para todos os problemas. Mas não é bem assim: além de estarmos super lotando áreas de resíduos, esse sistema causa grande impactos ambientais. Ok, mas o que fazer?
Para pensar em soluções, primeiro precisamos entender do que é formado esse lixo.
Também segundo o IPEA, 57,41% do lixo é composto de matéria orgânica (sobras de alimentos, alimentos deteriorados, lixo de banheiro), 16,49% de plástico, 13,16% de papel e papelão, 2,34% de vidro, 1,56% de material ferroso, 0,51% de alumínio, 0,46% de inertes e 8,1% de outros materiais.
O interessante desse dado é que mais da metade do lixo é composto por matéria orgânica que poderia ser compostada!
Compostagem
Mas o que é compostagem, afinal?
Em uma definição um pouco mais teórica, compostagem é "o conjunto de técnicas aplicadas para estimular a decomposição de materiais orgânicos por organismos heterótrofos aeróbios, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais formando assim um solo humífero."
Resumindo, compostagem é o processo natural de degradação de resíduos orgânicos que devolve os nutrientes para a terra, gerando adubo. Ou seja, é a reciclagem para matérias orgânicas.
Isso significa que mais da metade do lixo que hoje é enviado ao aterro sanitário poderia ser reaproveitado através da compostagem. Isso poderia gerar diversos benefícios, como:
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diminuir a sobrecarga dos aterros;
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diminuir o custo de gestão de resíduos do estado, para que a verba possa ser usada em saúde e educação, por exemplo;
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diminuir a emissão de gases poluentes provenientes de materiais orgânicos nos aterros;
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gerar adubo natural que poderia substituir o adubo químico.
Tipos de compostagem
Legal, mas existem alguns jeitos diferentes que podemos fazer isso. Vamos entender melhor os tipos de compostagem que existem.
Em primeiro lugar, é importante saber que a decomposição de orgânicos pode ser aeróbica, ou seja, com presença de oxigênio, ou anaeróbica, sem a presença de oxigênio. Os métodos mais utilizados de compostagem são aeróbicos, como a vermicompostagem e as leiras, mas há também alguns métodos que podem ser anaeróbicos, como o método Bokashi. Explicamos um pouco melhor cada um abaixo:
Vermicompostagem:
A vermicompostagem é o processo de compostagem com o uso de minhocas. Elas aceleram o processo pois se alimentam das sobras de alimentos, ajudando os micro organismos nessa tarefa. Esse método é perfeito para quem quer fazer a compostagem doméstica, pois ocupa pouco espaço, não gera odor e não atrai insetos.
Obs.: cuidado, há certos tipos de alimentos que não podem ser colocados nesse tipo de composteira, como comidas ácidas ou com sal.
Leiras:
A compostagem também pode ser feito em leiras, ou seja, linhas no próprio solo onde serão depositadas as matérias orgânicas. Esse método exige mais espaço e esforço, já que é necessário revirar a terra de tempos em tempos. A vantagem é que pode ser utilizado para compostagem em grande escala, como em usinas de compostagem, por exemplo.
Bokashi:
O método Bokashi é parecido com a vermicompostagem em relação à praticidade: ocupa pouco espaço e não gera mau cheiro. A diferença é que, em vez das minhocas, utiliza-se um fermento natural, que é formado pela mistura de farelos de cereais com microorganismos. Assim como a vermicompostagem, esse processo vai gerar um líquido fertilizante que pode ser utilizado como adubo.
Conclusão:
Apesar de apenas 2% da matéria orgânica ser compostada atualmente no Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente, há várias iniciativas que tendem a aumentar consideravelmente esse número. Inúmeras empresas de gestão de resíduos surgiram nos últimos anos com o foco de prestar um serviço de transporte dos resíduos de grandes geradores, como restaurantes e condomínios para a reciclagem e compostagem. Muitas pessoas estão realizando a chamada compostagem doméstica, transformando o lixo orgânico em adubo em suas próprias casas. Diversos restaurantes e lanchonetes começaram a destinar corretamente todas as sobras de alimentos e outras matérias orgânicas.
Todos os produtos da Terraw podem (e devem!) ser compostados. Sendo fabricados com fibras de plantas, todos eles viram matéria orgânica e podem ser destinados a usinas de compostagem ou até ser compostados em composteiras domésticas.
Acreditamos que embalagens para alimentos que são usadas por pouco tempo e descartadas devem ser feitos de matérias-primas biodegradáveis e compostáveis, evitando que dure centenas de anos no meio-ambiente como o plástico, por exemplo. Dessa maneira, podemos continuar com a praticidade do descartável mas com sustentabilidade.
P.S.: Fique ligado, em breve vamos postar um passo a passo de como fazer sua própria composteira!
2 comentários
Mas…a compostagem feita com minhocas …a terra é trocada…como fazer? Se puder contactem por email.
Moro em apartamento, tenho uma varanda, quero montar uma composteira e uma horta em vaso. Podem me ajudar?