Calma lá, não é bem por aí.
Para entender melhor, vamos começar explicando de onde surgiu esse conceito.
Foi por um incômodo do especialista em gestão de recursos, Richard Anthony, que o movimento lixo-zero começou a surgir em 2002. Ele, junto com um grupo de outros especialistas na área, fundou o Zero Waste International Alliance (ZWIA), uma instituição voltada para estudar as melhores maneiras de destinar produtos sem gerar desperdício.
Desde então, o ZWIA vem começando afiliações em diversos países, inclusive no Brasil, representada pelo Instituto Lixo Zero (ILZ).
O primeiro ponto importante é que o termo lixo-zero foi traduzido do inglês "zero-waste". Waste, em inglês, significa lixo, mas também pode significar desperdício. Ou seja, zero-waste não necessariamente quer dizer zero lixo, mas sim zero desperdício.
Isso significa que qualquer pessoa, produto, estabelecimento que queira seguir o conceito lixo-zero deve destinar corretamente os resíduos gerados de modo que consiga conservar todos os recursos daquele material.
Isso pode variar de acordo com o produto, porém a grande maioria é de natureza biológica e pode ter suas substâncias conservadas através da compostagem, onde elas voltarão para a terra, ou de natureza técnica, onde o produto deve ser reutilizado, reparado ou reciclado para voltar à circulação.
Além disso, o ZWIA segue 4 princípios para tentar maximizar o reaproveitamento de recursos:
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Converter desperdício em gerenciamento de recursos para os benefícios da produção local e da criação de uma sociedade sustentável.
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Redesenhar produtos e métodos de produção para eliminar resíduos, imitando processos naturais e ciclos fechados.
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Evitar a incineração e o aterro sanitário, a fim de promover a inovação em conservação de recursos e métodos de produção.
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Colaborar com outras pessoas com interesses comuns em todo o mundo.
É importante perceber que o movimento lixo-zero pensa desde o design, encorajando a repensarmos nossos produtos de maneira que possam ser melhor aproveitados depois de utilizados, até o descarte correto de resíduos gerando menos impacto negativo no meio-ambiente e mais impacto positivo na sociedade e na economia.
Foto: Exemplo de produtos desenhados para serem compostáveis e não gerarem impacto ambiental.
Por último, abaixo listamos a hierarquia de ações, segundo o ILZ, de como podemos aplicar o conceito lixo-zero nas nossas vidas ou nos nossos negócios.
- Repensar: Redesenhar produtos para que possam ser melhor aproveitados e repensar nossas atitudes relacionadas ao descarte de resíduos.
- Reduzir: Gerar o mínimo possível de lixo. Sempre pense antes de utilizar um produto para saber se você realmente precisa dele.
- Reutilizar: Diversos objetos e materiais podem ser utilizados de outra maneira antes de serem encaminhados para a reciclagem. Vários materiais são resistentes para utilizar aquele produto diversas vezes antes de dar um destino a ele.
- Reciclar: Aproveitar a matéria prima do resíduo para fabricar o mesmo ou outro tipo de produto, sem encaminhá-lo para aterros.
Seja você um funcionário público ou privado, empresário ou consumidor, não esqueça de fazer a sua parte!